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A partir dos recursos oriundos do Governo e Prefeitura, a organização social é responsável por tornar os procedimentos uma realidade para a sociedade
Já faz mais de um ano que o HMA – Hospital Municipal de Araguaína realizou a primeira cirurgia cardíaca pediátrica. De lá para cá, a unidade, assim como Araguaína, estabeleceu-se como referência no procedimento para todo o país.
Essa realidade é possível graças à parceria entre o ISAC – Instituto Saúde e Cidadania, a Prefeitura de Araguaína e o Governo do Tocantins.
Cada ente tem um papel específico no processo: por se tratar de um procedimento de alta complexidade, as cirurgias cardíacas são custeadas com recursos do SUS oriundos do Governo do Estado do Tocantins. A Prefeitura de Araguaína custeia a estrutura do hospital a partir do contrato com o ISAC.
“E então ISAC entra em campo. Somos responsáveis pela organização e operacionalização dos procedimentos, reunindo todos os recursos tecnológicos em equipamentos, recursos humanos em cirurgiões e equipe multiprofissiona, e recursos materiais.”, informa o diretor geral das unidades ISAC em Araguaína, Waldemar Cardoso.
Serviço de alta complexidade
Para que seja possível a realização desses procedimentos, é necessária a união de esforços de toda a equipe multiprofissional e multidisciplinar do HMA. Outro fator importante é o parque tecnológico do hospital.
“Tivemos que nos organizar com a aquisição de equipamentos com recursos específicos da Secretaria Municipal de Saúde, além da locação de outros que são necessários para a realização dos procedimentos com segurança”, explica a gerente de processos do ISAC, Maria Dulcimary Fonseca.
Os materiais e medicamentos usados nos procedimentos são de alta complexidade, muitos deles não eram usados anteriormente no Estado. Toda essa logística de material de perfusão, material cirúrgico e medicamentos é realizada pelo ISAC.
Profissionais contratados
Outro grande desafio foi conseguir profissionais altamente especializados em cirurgia pediátrica. O ISAC teve que buscar em outros estados.
“Não existia equipe de cirurgia médica cardíaca pediátrica no Tocantins, por isso temos que trazer a equipe de fora, como cirurgiões, perfusionistas e anestesista”, ressalta Maria Dulcimary.
Antes, durante e depois da cirurgia pediátrica
Procedimentos de alta complexidade demandam uma equipe multidisciplinar extensa. O pré-operatório conta com avaliação de um cardiologista pediátrico, ecocardiografista, em alguns casos com cateterismo diagnóstico, e exames de imagem, como tomografia e ressonância cardíaca.
Também há avaliação psicológica, do serviço social, odontológico e nutricional. Os pacientes são admitidos via sistema de regulação estadual de todo Tocantins.
Os cuidados pós-operatórios são outra parte importante do serviço de cirurgia cardíaca.
“Somos a única UTI pediátrica do estado com serviço de pós-operatório em cardiopatias complexas. Alguns pacientes necessitam de diálise, óxido nítrico, drogas vasoativas e hemoderivados no pós-operatório, tornando ainda mais desafiante o manejo”, pontua Márcio Brito, médico pediatra e coordenador da UTI Pediátrica do HMA.
No HMA também é possível tratar lesões residuais pós-cirúrgicas. A equipe multidisciplinar está presente de forma atuante nesta etapa. Por fim, o trabalho continua na enfermaria nos cuidados que vem antes de o paciente receber alta.
Confiança da comunidade
“É gratificante ter toda essa responsabilidade. Sabemos que a comunidade espera e merece um atendimento adequado e satisfatório. E o principal ponto a ser resguardado é a saúde da população. Desta forma, o ISAC lida com a máxima seriedade e compromisso”, finaliza Waldemar.
Termo de Cooperação
De novembro de 2019 até o fim de janeiro de 2021, o HMA realizou 59 cirurgias cardíacas pediátricas.
Em fevereiro, o Governo do Estado do Tocantins e a Prefeitura de Araguaína assinaram com o ISAC um termo de cooperação para manter em funcionamento os 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátricos instalados na unidade.
A verba também irá custear oferta de cirurgias cardíacas neonatais e pediátricas, além das cirurgias gerais neonatais e pediátricas na unidade. O recurso anual será de R$ 9.086.524,08.